VOLTAR AO PRIMEIRO AMOR - UMA IGREJA VIVA!

E FAZEI VEREDAS DIREITAS PARA OS VOSSOS PÉS, PARA QUE O MANQUEJA NÃO SE DESVIE INTEIRAMENTE, ANTES SEJA SARADO.







SEGUI APAZ COM TODOS, E A SANTIFICAÇÃO, SEM A QUAL NINGUEM VERÁ O SENHOR. Hebreus 12: 13-14.







domingo, 12 de dezembro de 2010

DIA DA BÍBLIA!!!







"Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho". (Salmos 119. 105). Essa deve ser a declaração de todos os cristãos diante da Bíblia, que é a revelação de Deus à humanidade e que, mesmo após mais de 20 séculos, continua viva e revelando aos homens a vontade perfeita e agradável do coração do Pai.


A palavra Bíblia significa "livros", e vem do grego (língua em que foi escrito o Novo Testamento) "tà Bíblia" - ou seja, livros sagrados. O plural justifica-se, já que a Bíblia não é um livro somente, mas uma biblioteca composta de 66 livros, sendo que 39 pertencem ao Antigo Testamento e 27 ao Novo Testamento. E, no próximo domingo, celebra-se o seu dia. Qual a origem do dia da Bíblia?

O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado.

A data escolhida foi o segundo domingo do Advento - celebrado nos quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo domingo de dezembro tornou-se o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850, com a chegada, da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus.

Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de 1880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o Dia da Bíblia, se popularizando.

Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do Dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em dezembro deste mesmo ano, houve uma das primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento do Ipiranga.


Hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países, sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de setembro, numa referência ao trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim. As comemorações do segundo domingo de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País. Como celebrar o dia da Bíblia


A Semana da Bíblia é dedicada a eventos variados que vão desde cultos até maratonas de leitura bíblica que mobilizam milhares de pessoas.


Há mais de 150 anos, o Dia da Bíblia, é celebrado com o objetivo de difundir e estimular a leitura da Palavra de Deus. A fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948, contribuiu para que esta data fosse se popularizando cada vez mais. E, graças a esse trabalho, o Dia da Bíblia, passou a ser comemorado não só no segundo domingo de dezembro, mas também ao longo de toda a semana que antecede esta data. A Semana da Bíblia é dedicada a eventos variados que vão desde cultos até maratonas de leitura bíblica que mobilizam milhares de pessoas. Conheça, a seguir, como a Semana da Bíblia é comemorada.


Cultos - As igrejas planejam e realizam cultos especiais no Dia da Bíblia. Nestes cultos é lembrado o grande amor de Deus ao entregar a sua Palavra aos homens e o valor dessa Palavra na vida das pessoas. Em geral, nesses Cultos, ofertas especiais são recolhidas para ajudar na distribuição da Bíblia no Brasil e no mundo. Graças a essas ofertas, a Sociedade Bíblica do Brasil consegue distribuir milhares de Bíblias, Novos Testamentos, Porções e Seleções Bíblicas a pessoas necessitadas, na mais diferentes situações e lugares. Carreatas - Muitas igrejas organizam desfiles de carros pelas ruas principais da cidade, ostentando faixas com versículos bíblicos. Carros alegóricos, com representações de Bíblias, normalmente fazem parte da carreata. Concentrações - As igrejas evangélicas de muitas cidades organizam concentrações públicas para celebrar o Dia da Bíblia. Estas concentrações ocorrem em praças, ginásios esportivos, estádios e outros lugares de fácil acesso ao público. Um culto público, com pregação da palavra, orações e apresentação de corais e conjuntos musicais normalmente é o clímax da celebração. Bíblias, Novos Testamento, Porções Bíblicas e Seleções Bíblicas são distribuídos nas concentrações. Maratona - As igrejas organizam maratonas de leitura bíblica em seus templos ou em lugares públicos. Essas maratonas seguem dois modelos. Num caso, textos selecionados são escolhidos e lidos publicamente, normalmente em lugares de grande afluência de pessoas. No segundo caso, é feita a leitura ininterrupta de todo o texto bíblico. Pessoas são escaladas para darem continuidade à leitura e ela só é interrompida quando se completa a leitura de toda a Bíblia. Normalmente esta leitura leva mais de um dia para ser concluída e implica em fazer uma vigília. Monumentos - Já vem de décadas o costume de levantar monumentos à Bíblia em praças públicas das cidades. O monumento à Bíblia é um testemunho público da importância da Bíblia para as pessoas e para a sociedade e, ao mesmo tempo, um marco da importância da Bíblia para a cultura do povo. Distribuição - Existem Igrejas que, no Dia da Bíblia, efetuam distribuição maciça de folhetos (Seleções Bíblicas), para que o povo conheça o valor da Bíblia para a vida das pessoas. Também são feitas distribuições de Bíblias, Novos Testamentos e Porções Bíblicas (pequenos livretes que contém um livro da Bíblia ou textos bíblicos escolhidos sobre um assunto específico). A distribuição de Bíblias, em geral, é feita em escolas, hospitais, empresas, quartéis ou outro tipo de organizações. Pedalando por Bíblias - Em vários países, são organizados passeios ciclísticos para divulgar a Bíblia e arrecadar fundos em favor da causa da Bíblia. No Brasil, esses passeios começaram a ser realizados no ano de 1998 e são chamados de "Pedalando por Bíblias". Igrejas e entidades cristãs tomam a iniciativa de organizar o passeio. Cada participante, ao se inscrever, doa uma ou várias Bíblias para serem distribuídas a pessoas ou entidades necessitadas. &n





Fonte: http://www.elnet.com.br/canais_interna.php?materia=3195

domingo, 5 de dezembro de 2010

PASTOR OU GERENTE? IGREJA OU EMPRESA?

PASTOR OU GERENTE? IGREJA OU EMPRESA?




Isaltino Gomes Coelho Filho


A questão não é nova. E me defino logo: a igreja não é empresa e o pastor não é gerente eclesiástico. Sei que um pastor deve ter noções de liderança de grupo e que uma igreja precisa de regras de vivência administrativa. Inclusive, por ser pessoa jurídica, se submeter às leis do país. Mas igreja não é empresa. Igreja é igreja, algo totalmente singular e distinto de qualquer outra organização. E deve ser pastoreada por homens que sejam pastores. Deus deu pastores à igreja (Ef 4.1) e não administradores de empresa. Gerentes devem ficar em empresas, e pastores nas igrejas.


A liderança da igreja não se forma em escolas de administração nem em cursos de liderança. É carismática. Os charismata do Espírito são para fazer a igreja viver. Sem os dons do Espírito a igreja pode ser uma instituição admirável, funcionando bem, como uma máquina azeitada, mas corre o risco de não ser mais igreja. Por charisma não me refiro a curas, línguas, ou sua interpretação. Nas listas de dons do Novo Testamento, estes não são os primeiros alistados. Não discutirei dons, aqui. Posso discuti-los em outra ocasião, mas agora afirmo o seguinte: a igreja e o ministério pastoral têm sido descaracterizados por causa de um enfoque equivocado. Os apóstolos pediram à igreja que escolhesse homens de boa reputação para administrar um problema da igreja, e afirmaram: “Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (At 6.4). Esta é a função primordial do pastor: assuntos espirituais. E não me digam que supervisionar colocação de tijolos é negócio espiritual, que não há dicotomia entre vida material e espiritual, que esta separação é platonismo, etc. Posso discutir Platão em outra ocasião, mas ele não tem nada a ver com esta visão. Os apóstolos deixaram claro que tinham algo mais importante a fazer que cuidar de alguns problemas da igreja, que eram relevantes e ameaçavam a unidade, mas que não eram para eles cuidarem. Hoje há uma inversão: os pastores cuidam dos negócios e pedem à igreja que ore por eles. Mas em Atos, os homens da igreja cuidavam dos negócios e os pastores oravam e pregavam.



Ao apresentar o excelente “A vocação espiritual do pastor”, de Eugene Petersen, Ricardo Barbosa faz uma observação muito pertinente. Diz ele que há duas palavras novas, recém incorporadas ao vocabulário atinente à vocação pastoral: líder e terapeuta. Diz ele, textualmente: “Fala-se cada vez menos em formação pastoral e mais em formação de líderes. Curiosamente, ‘líder’ é uma palavra que não aparece na Bíblia para descrever aquele que serve a Deus em sua igreja. Também não aparece na longa história de vinte séculos de vocação pastoral” (p. 7). Continuando o arrazoado, Ricardo diz que quando se fala em pastor, hoje, não nos vem à mente a figura do Salmo 23 ou as responsabilidades sacerdotais de Arão, “mas as imagens do executivo, do administrador, do empresário, imagens de um profissional” (p. 8). Ele faz uma interessante comparação entre pastores e terapeutas seculares. Muitos destes renunciam à ciência, e citam manuais de auto-ajuda. Os pastores deixam de lado a orientação da Palavra, e citam terapeutas incrédulos e almanaques. Sua conclusão é séria: “Nosso chamado é para ser pastores, não líderes ou terapeutas” (p. 11).


Isso se coaduna com a argumentação de Os Guiness, em “Dining with the Devil: the megachurch movement flirts with the modernity” (“Jantando com o Diabo – o movimento mega-igreja flerta com a modernidade”). Para Guiness, o maior desafio do mundo à igreja não é o secularismo, mas a secularização. O secularismo é uma filosofia, e a secularização é um processo. Sendo abertamente hostil, o secularismo, logo é identificado e rejeitado. Mas a secularização vem como um processo, e nos envolve sutilmente, até mesmo porque nós a usamos. Ouvi um líder cristão, nos anos noventas, dizer que “para viver segura, a igreja precisava ter, pelo menos, R$ 10.000,00 em caixa”. A argumentação é mundana, mas me chocou tanto que a comentei aos formandos da Faculdade de Teologia do Amazonas, em 1997, na palavra paraninfal que intitulei de “Quando a igreja troca a teologia pela tecnocracia”, e volto a ela, treze anos depois. Tal líder não entendeu que a maior segurança da igreja está em viver dentro da Palavra, na presença de Deus, e não no seu caixa. Quando há vida espiritual na igreja, o Espírito move os corações das pessoas. Foi assim que o Espírito agiu na vida de José, levando-o a vender seu terreno, sem que houvesse uma campanha para tal, e trouxesse o valor à igreja (At 4.36-37). Onde há espiritualidade há recursos. Mais que marketing, a igreja precisa de santidade.



O obreiro cristão secularizado é um tecnocrata. Crê que a salvação e o futuro da igreja não estão em Deus e na oração, mas em táticas humanas. Sua visão é mundana. Assim, muitas igrejas vivem de campanhas e os pastores se esmeram na criatividade para mobilizar o povo. Mas um ambiente espiritual proveria isto. Muito de nossa ação secularizadora poderia ser alvo do pedido de Paulo:


“Não extingais o Espírito” (1Ts 5.19)ACF. A verdadeira liderança se põe mãos do Espírito, vive em sua presença, e possibilita sua ação na igreja. Não o extingue, trocando-o por técnicas de animação do povo tipo: “Como liderar o povo de Deus em sua caminhada para o sucesso”. A maior característica de liderança da igreja é que ela deve ser carismática, vinda do Espírito, e não de cursinhos, livros e revistas sobre técnicas.


Na obra citada, Os Guiness traz o comentário feito por um negociante japonês a um cristão: “Sempre que encontro um líder budista, encontro um homem santo. Sempre que encontro um líder cristão, encontro um administrador” (p. 97). Isto me foi uma bofetada. A liderança cristã deve ser recrutada entre os mais santos e piedosos, os mais moldados pela Bíblia (cremos mesmo que ela é o manual de Deus à igreja?) e não entre os mais capazes na vida secular, mesmo que de espiritualidade opaca. Priorizamos a competência secular sobre a santidade, e depois descobrimos que não deu certo, porque as regras de vida da igreja diferem das regras de vida de uma empresa. Basta uma diferença para nos fazer refletir sobre isto. A saúde de uma empresa está em maximizar ganhos e minimizar gastos. Quer matar uma igreja? Faça isso! Quer ver uma igreja explodir de vida? Leve-a a investir em missões, em obreiros, em vidas. Os recursos virão. Afinal, Deus disse:



“Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos Exércitos”(Ag 2.8)ACF


Está no Salmo 50.12: “Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude”(ACF)


Deus tem os recursos, mas momentaneamente os deixa com seu povo. E não precisam ser extorquidos do povo, que o traz voluntariamente quando Deus age. O problema é que parece que não cremos mais nessas coisas, e tentamos dar um jeito de fazer a igreja funcionar. Aposentamos o Espírito Santo. Estou chocado com a visão secular do reino de Deus entre nós. A proliferação de modelos eclesiásticos é uma prova disso. Damos cada vez mais valor à técnica e aos métodos. Colocamos Deus na periferia e o fazer humano no centro. Não é de admirar que vivamos em uma crise cíclica. Perdemos os alvos espirituais de vista. Eles são numéricos e quantitativos. Mas a igreja é algo muito sério para a tomarmos em nossas mãos!


No seu prefácio, Barbosa faz um interessante comentário sobre como é difícil aos pastores serem pastores. Diz ele que é porque os pastores estão afundados na idolatria: “Onde dois ou três estão reunidos e o nome de Deus é pronunciado, uma comissão está formada para a criação de um ídolo. Queremos deuses que não sejam deuses para que possamos ser ‘como deuses’” (p. 16). A tecnocracia é o grande ídolo, o bezerro de ouro de nossas igrejas e pastores. Assim, pastorado deixou de ser ensinar a Palavra e cuidar das pessoas e se tornou administrar um negócio espiritual. Deixou de ser um sacerdócio (viver na presença de Deus, ministrar a Palavra de Deus e interceder pelo rebanho de Deus) e passou a ser uma carreira religiosa. O pastor virou gerente.


O texto de Petersen, propriamente dito, se baseia em Jonas. Ele quis servir a Deus, não como este queria, mas do seu modo.


No final, sua briga com o Senhor não foi por causa do reino de Deus, mas de sua reputação pessoal. Esta é uma das lutas do pastor: preocupar-se mais com sua reputação pessoal que com a vontade de Deus. Não podemos usar a igreja e o reino como degraus para a nossa escalada pessoal rumo ao sucesso. “Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). Mas muita gente está escrevendo sua história pessoal tendo o evangelho como pretexto. O ministério do obreiro é promovido mais que o nome de Jesus. Em alguns lugares, lá estão o nome do obreiro (em letras garrafais) e sua foto-pôster. É um culto à personalidade, vulgar e chocante. Esta pessoa está ambicionando o lugar de Jesus. Na realidade, o obreiro sequer deveria ser promovido.


Sei que pastores estão em baixa, não tem expressão e não movimentam recursos de monta. Gerentes, sim. E muitas igrejas, estruturadas como empresas, querem gerentes, não pastores. Há rebanhos que não querem pastores, mas agem como acionistas de um negócio espiritual: querem um executivo. Não querem ouvir a voz de Deus, até mesmo porque isso é perigoso. Querem ouvir o eco de sua própria voz. E atribuem ao eco o status de voz divina.


Jonas pensou que podia servir a Deus em Társis, ao invés de Nínive. O seu negócio era servir a Deus. Então, ele tentou fazer à sua maneira, não à maneira de Deus. Como comento em meu livro “Jonas, nosso contemporâneo”, segundo os rabinos, a razão principal pela qual Jonas foi para Társis não foi por ser o lado oposto a Nínive, mas ser um lugar onde a Palavra de Deus não se fazia ouvir (com base em exegese de Isaías 66.19). Quando um homem segue seus insights foge da voz de Deus. O profeta ouve a voz de Deus. O homem religioso segue seus insights. Outra grande tentação do pastor é ser um homem religioso, e não um profeta. Porque é possível cuidar de religião sem ouvir a voz de Deus. É menos problemático cuidar de religião. Não é de estranhar a dificuldade de tantos pastores com a Bíblia, a ponto de chamarem quem cita a Bíblia de fundamentalista. Nessa enquadraram Jesus, porque ele gostava muito de dizer “Está escrito”. Gerente tem mais margem de manobra em negócios que pastor. O gerente ouve o mercado e segue as técnicas modernas. O pastor deve se guiar por noções tidas como obsoletas. E parece que o gerente e a igreja-empresa estão mais cotados que o pastor e a igreja-igreja: arrastam mais gente e aparentam mais sucesso aos olhos humanos.

Mas perguntemo-nos: isto é mesmo igreja nos moldes bíblicos? O que estamos fazendo com a igreja e com o reino de Deus?


Pastores devem ouvir a Bíblia, submeter-se a ela, reger-se por ela. Gerentes amam e seguem técnicas e soluções como

“R$ 10.000,00 em caixa”. Mas gerentes descaracterizam a igreja e a transformam num negócio secular. Precisamos recuperar o sentido bíblico de igreja, bem como os princípios bíblicos para a vida da igreja. Também precisamos recuperar a visão bíblica do ministério, trazendo o pastor de volta ao molde pastoral do Novo Testamento, e não ao figurino do gerente moderno. Caso contrário, nós que já perdemos as duas últimas décadas discutindo métodos para recuperar nossa denominação, perderemos outras, discutindo métodos e técnicas. Estamos patinando e não nos damos conta disso! Estou cansado de modelos, gráficos e desenhos que, na minha limitação gerencial, nunca entendo! Há trinta anos vejo minha denominação, que muito amo, discutir técnicas e modelos. Será que ainda não deu para notar que não é por aí? Não dá para notar que precisamos deixar os bezerros de ouro da técnica, dos modelos, do institucionalismo, e reentronizar o Deus verdadeiro em nossas igrejas? Que os rebanhos precisam de pastores e não de gerentes? Que carecemos de vida mais que de estratégias?

Solução? Não tenho, mas ouso uma sugestão. Por que, ao invés de pedir às igrejas que orem pelo Brasil, no dia 15 de outubro, não pedimos às igrejas e aos batistas da CBB, que separem o dia para orar e jejuar pela denominação? Que tal priorizarmos a oração e a espiritualidade sobre técnica, modelos, planos e gestões? Parece-me que ver a igreja como empresa e tornar o pastor em gerente é o que mais temos feito nos últimos vinte anos e não saímos do lugar. Jejuemos e oremos assim, e quem sabe, voltaremos ao pastor-pastor e à igreja-igreja. Oremos por um avivamento que nos faça retornar à simplicidade que há em Cristo (1Co 11.3). Um avivamento que nos leve a confessar e chorar nossos erros, que afaste da liderança as pessoas erradas, que leve os pastores a amarem mais as igrejas que seus ministérios, que acabe com as carreiras solos e nos reconduza ao trabalho solidário. Um avivamento que acabe com o “eu” e traga o “nós” de volta.

Quanto a mim, quero ser pastor e não gerente. Quero cuidar de um rebanho, não de uma empresa. E reitero meu amor pela igreja de Jesus, pela minha denominação, e minha crença inabalável que precisamos retornar a um caminho abandonado.

“Não removas os antigos limites que teus pais fizeram” (Pv 22.28)ACF



Temos feito isto. E nos saído mal.

domingo, 26 de setembro de 2010

CAROS AMIGOS

Caros Amigos

Caros Amigos:

POR FAVOR,LEIAM ANTES DE VOTAREM E ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS QUANDO MAIS NADA PODERÁ SER FEITO.




Abraços em Cristo,

Rev. Abrahão



Caros amigos,


As linhas que escrevo agora são fruto de muita reflexão e oração. Há semanas venho ensaiando escrever isto e o mero desejo de meu coração tornou-se uma necessidade de minha consciência. Muitos de nós têm acompanhado de perto o desenvolvimento de questões ligadas à vida e à família em nossa nação. Sem dúvida alguma, nestas questões a sociedade brasileira tem trilhado no caminho da impiedade por conta de um governo que, além de permitir a iniqüidade, em muitos casos a apóia.

Antes de continuar, deixe-me dizer que, como a Bíblia instrui, oro pelo presidente da República e por seu governo. Mais do que orar, nutro admiração pelo nosso presidente. Sua história de pobreza no sertão nordestino e sua ascensão ao cargo mais alto da nação é algo que me fascina. Sempre votei no Lula. Sendo eu filho de um bravo nordestino, metalúrgico e ligado ao sindicato, então, logo simpatizei com a figura do nosso presidente. Todavia, como pastor presbiteriano, não posso me calar diante das iniqüidades que seu governo tem cometido e que ainda pretende cometer em nossa nação. Exponho a partir de agora quais são estas iniqüidades:



1. Erotização de nossas crianças



O Governo Federal, através dos Ministérios da Saúde e da Educação, tem produzido material com imoralidade para ser distribuído aos nossos filhos sob o pretexto de educação sexual. Veja por si mesmo nos links abaixo:



http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/cartilha-governo-lula-estimula-alunos-13-19-anos-narrar-suas-transas/



http://www.diversidade.papocabeca.me.ufrj.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3&Itemid=3&lang=pt



http://www.papocabeca.me.ufrj.br/diversidade/DiversidadeWeb.pdf



http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/recife-recolhe-livro-de-educacao-sexual-para-criancas-20100428.html



O Governo Federal, que deveria ser o guardião da educação de nossos filhos é hoje quem mais os encaminha para a imoralidade sexual.



A Bíblia diz: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele". (Provérbios 22.6). Deus vai cobrar do atual governo o que ele tem feito na educação de nossas crianças.



2. Incentivo ao homossexualismo


No dia 14/05/2009 o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). O plano é formado por 51 diretrizes que têm o objetivo de influenciar todos os segmentos da sociedade com a filosofia homossexual. O Governo Federal é o maior patrocinador do movimento homossexual no Brasil. Veja os links abaixo:



http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/brasilsem/plano_lgbt/



http://www.abril.com.br/noticias/brasil/governo-lanca-plano-defender-direitos-civis-populacao-lgbt-470514.shtml



http://portal.mj.gov.br/sedh/homofobia/planolgbt.pdf



Em paralelo a estas ações de expansão de incentivo ao homossexualismo, o Governo também trabalha na aprovação do Projeto de Lei 122/2006, apelidado de "lei da mordaça", que pretende criminalizar a discordância ao Homossexualismo. Se aprovado, o projeto atentará contra a liberdade de expressão prevista em nossa constituição e permitirá ao Estado punir qualquer indivíduo que demonstrar discordância quanto à prática homossexual.



A Bíblia diz: "Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável" (Levítico 20.13). "Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro." (Romanos 2.24-27)



3. Defesa do aborto


Em Setembro de 2007 o PT aprovou seu apoio à legalização do aborto:



http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1874487-EI7896,00.html



Em 2008 a Fiocruz, instituição vinculada ao Ministério da Saúde, liberou R$ 80 mil para a filmagem do vídeo "O fim do silêncio", que mostra depoimentos de mulheres que abortaram seus filhos e defendem a descriminalização da prática. A diretora Thereza Jessouroun diz, na reportagem, ter idealizado o roteiro ao ouvir declarações do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a favor da descriminalização do aborto. De acordo com ela, o projeto se materializou após a abertura do edital da Fiocruz, cuja direção é nomeada pelo ministro. Veja notícia do Jornal O Globo abaixo:



http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/01/04/filme-reacende-polemica-em-torno-do-aborto-587883773.asp



Por ser o PT oficialmente favorável ao aborto, em Setembro de 2009 ele puniu dois deputados federais por serem contrários à posição abortista: Veja a matéria abaixo:



http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u625663.shtml



Além disso, o novo Programa Nacional de Direitos Humanos, assinado pelo presidente em Dezembro/2009, defende a legalização do aborto, o que gerou manifestações de grupos contrários ao aborto em todo o país:



http://www.midiasemmascara.org/artigos/aborto/10913-declaracao-pro-vida-contra-o-pndh-3.html



Diante destes fatos que atentam contra a família, a vida e contra nossas crianças, torno pública minha intenção de voto: Votarei pela não continuidade deste governo.



Quem me conhece sabe que nunca misturei política com ministério, todavia, creio que o momento é grave e necessita de um posicionamento dos líderes religiosos. Todo cristão deve atentar para o que está acontecendo e manifestar o repúdio às iniqüidades deste governo por meio do seu voto. Não podemos deixar que as iniqüidades continuem.



Conclamo você, meu amigo, a continuar orando pelas nossas autoridades, a orar pelas eleições que se aproximam e a votar conscientemente, não escolhendo aqueles que praticam a impiedade. Termino com alguns versículos:



“Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a iniqüidade e maquinam o mal! À luz da alva, o praticam, porque o poder está em suas mãos.” Miquéias 2.1



“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” Isaías 5.20



“... se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. 2 Crônicas 7.14


Rev. Ageu Cirilo de Magalhães Jr.

domingo, 22 de agosto de 2010

POR QUE ESTÃO EXORCIZANDO O DIZIMO?

Por que estão exorcizando o dízimo?


Não confunda o dízimo com as práticas barganhistas da Teologia da Prosperidade







A prática do dízimo sempre foi comum na Igreja Presbiteriana, na Igreja Batista, na Assembleia de Deus e em outras igrejas tradicionais. Mas há, na atualidade, um equivocado movimento extremista que insere o dízimo no mesmo bojo das falaciosas doutrinas da Teologia da Prosperidade.



Não sou líder de igreja, a despeito de ser pastor. Não sou sustentado por dízimos dos fiéis. Ademais, a minha posição contrária à Teologia da Prosperidade já é bastante conhecida de quem costuma ler os meus textos. Não apoio as práticas que igrejas pseudocristãs e pseudopentecostais utilizam para literalmente arrancar o dinheiro dos fiéis. E, por todas essas razões, posso falar à vontade a respeito do dízimo.



Penso que devemos, sim, nos opor aos falsos evangelhos, contrários à salvação pela Graça (Gl 1.8; 2 Co 11.3,4), mas sem exagero. Afinal, a contribuição financeira espontânea para a obra do Senhor, inclusive com o dízimo, nunca foi considerada uma heresia nas igrejas. Por que agora seria ela pecaminosa e reprovável? Antes do surgimento da Teologia da Prosperidade, não havia tanto combate ao dízimo. Mas muita gente começou a atacá-lo, como se ele fosse também parte integrante do aludido desvio teológico, depois que aumentou, e muito, o mercantilismo da fé (2 Co 2.17).



Está crescendo, e muito, o número dos inimigos do dízimo. Curiosamente, boa parte destes (sem generalizar) é formada por desviados, agnósticos, ateus, pessoas revoltadas que se opõem a pastores, igrejas, Ceia do Senhor, inspiração plenária da Bíblia. Tenho observado que cristãos equilibrados, sadios de coração, atuantes na obra do Senhor, não são dados a movimentos revolucionários que querem “reinventar a roda”, derrubar o “sistema” e exorcizar doutrinas, ordenanças e práticas antigas das igrejas.



Concordo que não há uma grande quantidade de versículos a respeito do dízimo no Novo Testamento. Mas também não existe uma passagem sequer desaprovando essa forma de contribuição. E o dízimo tem a seu favor o fato de o Senhor Jesus ter se referido a ele como um dever, a despeito de ser menos importante que o juízo, a misericórdia e a fé (Mt 23.23).



Embora tenha sido instituído nos tempos do Antigo Testamento e adotado como meio de sustento dos levitas que serviam no Templo, o dízimo tem a sua importância nos tempos neotestamentários. Assim como no Templo os levitas precisavam do dízimo e das ofertas alçadas para manterem o lugar de culto a Deus e se manterem (Ml 3.8-10), os ministros e templos de hoje — e a obra de Deus, de maneira geral — precisam de recursos para a sua manutenção.



Por que o dízimo não pode ser usado hoje como um meio de arrecadação de dinheiro em prol da obra do Senhor? Não podem as igrejas pedir o dízimo dos fiéis, desde que não haja barganha e imposição? O que as impede de estimular os servos de Deus a contribuírem mensalmente com 10% dos seus rendimentos?



Muitos têm interpretado mal o fato de o Senhor Jesus ter inaugurado o tempo da Graça (Jo 1.17), ao pensarem que, com isso, Ele aboliu tudo o que fora dado a Moisés. Não! A obra vicária do Senhor serve eficazmente para não mais dependermos da Lei para a salvação, a qual se dá única e exclusivamente por meio da Graça (Ef 2.8-10; Tt 2.11). Entretanto, nem todos os mandamentos e princípios do tempo do Antigo Testamento foram revogados ou desprezados pelo nosso Senhor, como se vê principalmente em Mateus 5 a 7.



Em Mateus 5.27,28, vemos — por exemplo — que o Senhor não revogou o mandamento “Não adulterarás”, mas o modificou, tornando-o mais abrangente, passando a considerar o aspecto psicológico. O Senhor Jesus, definitivamente, não revogou toda a Lei (Rm 15.4). Falando especificamente do Decálogo (que é apenas um resumo da Lei), nove dos dez mandamentos foram repetidos no Novo Testamento de maneira ampliada ou modificada. A única exceção é quanto à observância do sábado (Mc 2.24-28; Gl 4.8-11).



Considero exagerado, extremado, esse movimento que visa a exorcizar e esconjurar o dízimo, com base no argumento de que ele pertence à Lei. Ora, quais são as implicações negativas de sua observância quanto à salvação pela Graça? Contribuir com o dízimo impede alguém de ser salvo? Quem dá o dízimo faz isso para obter a salvação pelas obras?



Tudo o que temos, nesta vida, pertence ao Senhor (1 Co 4.7; Tg 1.17; Sl 24.1; Êx 13.2), inclusive o dinheiro (Ag 2.8,9). A Ele não pertence apenas 10% do que possuímos, e sim tudo (100%). E o Senhor tem permitido que administremos o que nos tem dado pela Graça (1 Co 4.1; 6.19,20), inclusive a nossa renda. Uns são mais generosos, e outros, menos. Mas, que mal existe em alguém contribuir mensalmente com o dízimo, para manutenção da obra do Senhor? Antibíblica e anticristã essa prática não é, a menos que somem a ela as técnicas usadas pelos propagadores da falaciosa Teologia da Prosperidade.



Conquanto o texto de Mateus 23.23 apresente uma contundente mensagem do Senhor Jesus aos fariseus, vejo nele incentivo à prática do dízimo aplicável aos dias de hoje. Caso contrário, nada do que está escrito em Mateus 23 poderia ser aplicado hodiernamente. Muitos pastores, por exemplo, baseiam-se no versículo 28 para pregar contra a hipocrisia: “exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e iniquidade”. Por que não podemos usar o versículo 23 para estimular a contribuição do dízimo?



O dízimo e as ofertas para a obra do Senhor podem ser defendidos com base em várias passagens neotestamentárias, como Hebreus 7.1-10; Romanos 4.11,12,16; Gálatas 3.9; João 8.39; Atos 4.32; 2 Coríntios 8.1-9; 9.6ss; Filipenses 4.10-19, etc. Mas a passagem mais enfática quanto ao dízimo é mesmo Mateus 23.23. Ela contém um grande ensinamento: o de que devemos priorizar, ao contrário dos fariseus, a justiça, a misericórdia e a fé, mas sem nos esquecermos de que devemos contribuir para a obra do Senhor: “deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”.



Opositores do dízimo dizem que o texto de Mateus 23.23 não se aplica a nós porque na cruz toda a Lei foi anulada e tudo o que Ele disse antes da sua crucificação baseara-se na Lei. Bem, se não podemos receber como verdade neotestamentária o que o Senhor disse antes de sua morte e sua ressurreição, a igreja de Atos dos Apóstolos baseava os seus ensinamentos em quê? É evidente que ela seguia as verdades transmitidas por Jesus no período em que andou na terra (o que inclui Mateus 5-7, 23-25, João 13-17, etc.), antes de morrer e ressuscitar, e antes da sua ascensão (At 1.1-9).



É claro que, no tempo da Graça, a contribuição financeira deve ser, antes de tudo, voluntária, generosa, altruísta, em gratidão a Deus por tudo quanto dEle temos recebido (Tg 1.16). Por outro lado, não há necessidade de exorcizar a prática do dízimo, como se ela pertencesse ao pacote herético da Teologia da Prosperidade, a qual é perniciosa em razão da intenção de seus adeptos: “por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas” (2 Pe 2.3).



Contribuir com o dízimo mensalmente, em gratidão a Deus e pensando no bem da obra dEle, não é, de modo algum, barganhar ou ser amante do dinheiro (1 Tm 6.10). A Bíblia não apoia a prática de contribuir financeiramente com segundas intenções. A despeito disso, tenho certeza de que o Senhor abençoa a quem contribui com generosidade, alegria, como se vê claramente em passagens como 2 Coríntios 9.6-15 e Malaquias 3.8-10.



Diante do exposto, a impressão que tenho é que os oponentes do dízimo agem assim muito mais porque não desejam contribuir do que para manter a pureza do Evangelho e protegê-lo da Teologia da Prosperidade. Lembremo-nos de que o nosso julgamento deve ocorrer de acordo com a reta justiça, e não mediante generalizações e “caça às bruxas” (Jo 7.24).



Por um cristianismo equilibrado,

Ciro Sanches Zibordi

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A NOVA REFORMA PROTESTANTE

sábado, 7 de agosto de 2010

25 A nova reforma protestante

Por Ricardo Alexandre

Matéria publicada na Revista Época





Rani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.



Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.



Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.


Irani Rosique (crédito: Revista Época)Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.



Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”



Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”



Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”



Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”







Miguel Uchôa e bispo Robinson Cavalcanti,

da Diocese do Recife (crédito: Revista Época)Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”



No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (leia o quadro na última pág.). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.



“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”



Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”



Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.



Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.



O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”



A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”



Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.



Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, primeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.



O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.”



A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”



Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”



O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas.



Sites como Pavablog , Veshame Gospel , Irmãos.com , Púlpito Cristão , Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.



A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”



Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.



A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.



O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”



A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.







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Comentário de Leonardo Gonçalves:



O leitor do Púlpito Cristão sabe que não endossamos, sob nenhuma hipótese, o open theism (ou teologia relacional - pintam o poço, mas a água é a mesma) que transparece nos textos do Ricardo Gondim e de Ed René Kvitz, ao mesmo tempo que nos identificamos com Paulo Romeiro, Augustus Nicodemus e Ricardo Agreste, bem como apoiamos a marcha pela ética evangélica, realizada por Paulo e Vera nos dois últimos anos. Somos conservadores em nossa teologia, embora amplamente abertos ao debate cultural e novas perspectivas missiológicas.



Definitivamente não somos um grupo de teólogos liberais querendo modificar o cristianismo; somos cristãos apaixonados que buscam viver e ensinar a essência perdida do evangelho de Cristo. No entanto, a presente matéria é extremamente importante, pois nela fez-se distinção entre a liderança corrupta, mensaleira e vergonhosa, e crentes sinceros - ainda que imperfeitos, demonstrando que nem todo mundo é farinha do mesmo saco-gospel.



Espero (e oro) para que cada vez mais pessoas possam reconhecer essas diferenças, que mais gente entenda que existem pastores honrados, comunidades sérias e crentes pensantes - não intelectualóides, mas pensantes - que estão seriamente preocupados com os rumos da igreja evangélica brasileira.


domingo, 18 de julho de 2010

BLINDADO POR DEUS










Blindado por Deus



06.07.2010
Texto por Bruno Torturra Nogueira e Caio Ferretti

No fogo cruzado da guerra travada entre polícia e tráfico de drogas, um homem circula imune. Respeitado por bandidos e políticos, por comunidades carentes e pelo Bope, o pastor Rogério Menezes conquistou esse privilégio graças à sua neutralidade e sua sincera missão: salvar vidas e resgatar almas. Conheça o homem que, há 17 anos, pacifica o Rio de Janeiro usando o verbo como arma
Marilzilda Cruppe/EVE


Os traficantes rezam com granadas na cintura, mas seus fuzis estão escorados no muro

Foi uma revelação. Não uma espiritual, ao contrário. Uma experiência de um extremo realismo, mas, qual uma epifania, capaz de transformar qualquer um que a viva. De mãos dadas, formamos uma roda de 13 homens. Uma mão ligada a um rapaz de 20 anos, líder do tráfico de oito favelas cariocas. Outra ligada ao pastor Rogério, que conduz a oração. “Ó, Pai celestial, abençoa esses homens, Pai! Protege esses homens, Pai.” Estamos na calçada em frente a um terreno baldio, dentro de uma favela na zona norte carioca. É começo de madrugada. Três homens estão de escolta, seguram fuzis AR-15, um deles uma metralhadora. E todos vestem cintos que sustentam pistolas e granadas. “Pai, afaste o mal daqui, tira todo pensamento maligno. Proteja a vida deles, ó, Pai!” Temos os olhos fechados e oramos com a cabeça baixa. Os traficantes rezam com granadas ainda na cintura, mas seus fuzis e escopetas estão escorados no muro atrás de nós. Seus walkie-talkies seguem nervosos em chiados: “O blindado tá na ponte, câmbio”.

O aviso era claro. O caveirão do Bope estava pronto para invadir a favela. E quando chega o caveirão, irmão, não tem conversa. É bala. “Ó, Pai celestial”, segue o pastor Rogério, “desvie as balas que vierem na direção desses homens. Permita que eles vivam mais e que deixem esse caminho e encontrem a salvação em Teu filho amado Jesus!” A voz do pastor precisava soar bem alto para ser escutada enquanto carros passavam em alta velocidade e rapazes com meio corpo para fora da janela gritavam a letra do funk pancadão que estourava no toca-fita. Era sábado, dia de baile. Dia em que tráfico, polícia e população da favela estão em alerta e excitação máximas.

“Palmas pra Jesus”, Rogério encerra a oração. Todos aplaudem, os homens do tráfico penduram em si o arsenal e saem em dois automóveis para esperar o Bope em melhor posição. Apenas um fica, dizendo: “Tranquilo... o caveirão ainda tá longe”. E pede uma bênção exclusiva ao pastor. Enquanto o rapaz gaba-se de ser piedoso, apesar de vez ou outra picotar inimigos com uma espada, explica por que está sem medo de morrer. “Se eu for passado tá tranquilo. Vou com Jesus amarradão”, resume ao pastor que,

compassivo, escuta a tudo com olhar neutro. “Você ainda vai sair daqui comigo para a igreja. Vai ser pastor”, profetiza um dos maiores, e invisíveis, pacificadores da guerra travada no Rio de Janeiro.

Há 17 anos Rogério Menezes trabalha assim, entrincheirado nos piores núcleos da violência e do crime organizado, tentando pacificar e evangelizar criminosos na ativa ou em presídios. E, como a reportagem pôde testemunhar, criou uma reputação e um respeito tão grandes dentro das comunidades e facções que ele consegue entrar em qualquer favela, conversar com qualquer bandido, qualquer chefe de morro. E pode, sem nenhum constrangimento, levar consigo dois repórteres a tiracolo. Em uma noite andamos na perua de um procuradíssimo assaltante que, ostentando ouro e histórias tenebrosas, atende ao pedido do pastor Rogério para nos falar sobre como funciona seu negócio. Demos plantão em frente a uma boca de fumo onde, com frequência, soldados do tráfico armados com calibrosas armas desciam das motos, despiam-se de armas e pediam cabisbaixos uma oração a Rogério. Cruzamos uma deserta fronteira entre duas facções rivais do tráfico e fomos recebidos com igual disposição.

Tamanha credibilidade de Rogério vem de duas fontes: sua neutralidade ao caminhar na inflamada ponte entre polícia, tráfico, milícias e facções; e seu passado. Ele também veio de uma vida criminal. E sabe, de experiência própria, quais são os demônios no coração de um homem à margem da lei e da sociedade. Ele é fruto e catalisador de uma conhecida realidade, mas pouco testemunhada pela mídia: o avanço das religiões evangélicas dentro das comunidades carentes. E, especialmente, dentro do tráfico de drogas. “Todo traficante acredita muito em Jesus”, é o que escutamos da boca de Rogério e de diferentes traficantes.

Bruno Torturra Nogueira


Por conta de seu acesso, seu carisma e seus promissores resultados, o AfroReggae (influente ONG carioca que cria pontes entre as comunidades carentes, Estado e empresas como forma de desenvolvimento social) contratou o pastor Rogério para suas fileiras. “Ele se arrisca de uma maneira muito intensa, faz algo que nunca vi”, resume José Júnior, criador da ONG. “Como mediador e salvador de vidas ele é imbatível. Se mete em confusões que ninguém se meteria. E não julga quem está salvando, não importa

quem é... o negócio é salvar vidas. Por isso os bandidos o respeitam. Hoje ele mistura religiosidade a projetos sociais”, completa. Rogério coordena um programa em presídios para a reinclusão de ex-detentos no mercado de trabalho. E, claro, usa a evangelização como a principal ferramenta de transformação. De noite, no entanto, faz o trabalho “voluntário” de visitar as comunidades onde é chamado para dar bênçãos e salvar vidas amarradas para morrer. É o caso de Emerson.



Há três anos, Rogério recebeu um telefonema avisando que um moleque estava para ser executado. Entrou em seu Uno e se apressou para chegar ao líder do morro. Emerson estava um trapo humano. A cabeça aberta por pancadas de cano. Tiros nas mãos. A cara enfiada em fezes de porco. O estômago cheio de gasolina que foi obrigado a beber. Em minutos seria queimado vivo. Clamando por piedade e citando a Bíblia, Rogério levou Emerson para um hospital – três dias em coma. E de lá para a igreja. Renascido em

Cristo e agora evangelizador, Emerson dá bênçãos junto com nosso pastor. E tornou-se amigo dos traficantes que o torturaram. Hoje ajuda a reduzir o número de execuções dentro do tráfico de drogas usando a Palavra como amaciante de corações implacáveis. É por essa estranha e bem-sucedida relação do crime organizado com o evangelho que começamos nossa entrevista.

                   Os traficantes rezam com granadas na cintura, mas seus fuzis estão escorados no muro
o pastor ora por um traficante em uma de suas diárias incursões nas favelas

quinta-feira, 15 de julho de 2010

MINISTÉRIO DO ENGANO


  Como pode a humanidade esquecer-se que tudo vai perecer? O sistema atual oferece todos os dias  alternativas e aparelhagens que dão conforto e comodidade para a sociedade, fazendo da vida algo que  vai ser  perene, levando todos até  crer que  mesmo sendo passageira a nossa estádia  por aqui, o ciclo continuará para sempre. O mais  incrivel é ver  pessoas  se  convertendo para ser  ricos  e  prosperos empresários, possuidores de  vários  carros  importados e fazerem  cruzeiros  pelo mundo, instituições religiosas oferecendo garantias que se  investir na sua  instituição será a grande  cartada da vida do individuo. Porém o que  esta  acontecendo é uma  verdadeira feira de doutrinas de homens e o pió, homens  sem  escrúpulo, que não se  preocupam com o bem estar da igreja e a vida do irmão, não está  nem ligando se  em sua  igreja tem desempregados ou algem que carece  de um abraço, a religião moderna está  preocupada em se destacar pliticamente e administrarem  megas empresas e grandes  empreendimetos imobiliários ou comercias, ensinam uma  doutrina da  barganha e ministram a riqueza material como "vitória do crente", a Bíblia e  Jesus Cristo aparece  como um personagem histórico revolucionário e  grande  administrador de crise, a salvação só é ministrada para depois ser transfomada em estilo gospel, em fim Deus esta sentratado como matéria prima do grande  comercio religioso.  Nosso país  foi colonizado desta forma, homens  corruptos e  gananciósos aproveitado-se da  ignorâcia do povo para  gerar mais  miséria e  dessa  miséria se  beneficiarem, impediram o cresimento do país para  prologarem seus poderes, e asssim a  hitória da  igreja moderna, muitos  "pastores" se  utilizam da  falta de conhecimento dos  fiéis e  pouca formação dos seus  membros e transformam suas  igrejas nas  maiores  potencias  financeiras e comerciais do mundo, enquanto os seus membros e fies estão cada dia ficando mais  miseraveis e famintos. Divulgam um projeto social de  faixada para  enganar e driblar as autoridades e se  fingirem de donos da beneficência, construindo grandes templos enquanto poderiam  contruir grandes  centros de  formação e assistencialização, o verdadeiro papel da igreja é transformar  individuos em seres  produtivos e positivos, ensinando a palavra de Deus como ela é  verdadeiramente, o exemplo de  Jesus como um ser  que  revolucionou, foi porque  usou a arma  mais  poderosa do planeta, o AMOR E OBEDIÊNCIA a Deus, transformou o mundo moderno em  alguma  coisa que  realmente  pudesse aproveitar, o plano de Deus é resgatar o que havia perdido, Jesus conseguiu com o AMOR que  teve por nós, essa é a  maior e mais  linda  hitória de amor que conhecemos, só que  foi totalmente  transformada em um objeto de comércio, é uma  pena. Deus que  tenha  misericordia  das criaturas que se  deixam enganar  por esses lobos e  falsos  pastores, Deus que  tenha  misericordia deles, que  possam  voltar-se para Deus e não para o dinheiro, amar as almas mais que as riquezas materiais. PRESTEM  MUITA ATENÇÃO NESSES ULTIMOS  DIAS!                    Divulgar textos </P>
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sábado, 3 de julho de 2010

MUNDANIZAÇÃO ECLESIÁSTICA

Mundanização eclesiástica








Romanos 12:1-2 - “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."



A observação cuidadosa das práticas orgânicas nas igrejas têm nos levado a concluir que esses organismos estão sendo compostos por pessoas que não conhecem a quem estão servindo.



Realizando um exame cuidadoso da teologia interna dos indivíduos verificamos que:

A igreja, em sua maioria, procura confessar o sacerdócio individual, sem a necessidade de outro mediador, a não ser Jesus Cristo, mas na prática, está sacralizando o ofício pastoral tanto na liturgia quanto na espiritualidade do corpo.



Cria-se a expectativa de um pastor 'ungido', de onde deriva o poder emanado do alto para o povo. Impossível para o cristão, declarado 'comum', suportar o tal do 'preço a pagar' para ter um tantinho dessa pseudo-espiritualidade tão idolatrada pela maioria. IDOLATRIA inequívoca e absurda onde um homem centraliza o uso dos dons e da prática de milagres. Esse princípio luciferiano amarra os mais incautos ao homem que está na liderança deste ou daquele ministério, chegando ao absurdo de determinar as decisões da consciência individual e a 'amaldiçoar' quem sai das suas 'ordens'.



Em sua maioria, as pessoas têm a Bíblia muito mais como objeto místico de adoração e temor do que como regra de fé e prática. Isso resulta numa questão perigosa, que é a ignorância quanto ao livre exame das escrituras, ignorância esta que está sendo fomentada na igreja.



Não se ensina mais ao povo que cada um tem o direito e o dever de examinar individualmente e livremente as escrituras. Já que esse 'livro divino' passou a ser objeto de adoração, não mais será possível ao 'leigo' compreender o que está contido ali. Que direitos o cristão tem? Qual a verdadeira vontade de Deus para a vida dos chamados 'filhos de Deus'? Se o pastor é sacralizado, e a Bíblia retirada do exame livre, resta ao povo o cultivo da santidade das palavras, proferidas pelo pastor. Como poderá errar o 'ungido do Senhor'? Identificamos, então, práticas litúrgicas e espirituais que estão mais parecidas com rituais de feitiçaria e culto a demônios que um CULTO RACIONAL.



As pessoas estão na mais completa ignorância escriturística e são deixadas assim PROPOSITADAMENTE POR SEUS LÍDERES PSEUDO-ESPIRITUAIS. Como objeto místico de adoração e temor a Bíblia deixa de ser um livro de fácil acesso e compreensão para se tornar em algo que só os 'verdadeiramente iniciados, doutores da lei' conseguem compreender.



Dita uma máxima que: Daquilo que não conheço, não posso questionar. Se o corpo eclesiástico não conhece a VERDADE REVELADA DO CARÁTER DE DEUS, como questionará absurdos teológicos pregados em suas igrejas? Seguem sendo devorados por lobos, ignorantes quanto ao direito adquirido na Cruz do Calvário. E continuam 'pagando promessas', beijando o anel do 'sumosacerdote', sendo tolhidos em sua espiritualidade. Dirigidos por Ególatras Loucos e Cegos, tem sua fé e verdadeira autoridade espiritual diante de Deus anulada.



A ignorância quanto aos PRINCÍPIOS VERDADEIROS DA PALAVRA, muito mais que criar crentes ignorântes, quanto aos seus direitos, molda a fé destes, numa distorção espiritual, num relacionamento deturpado, com um deus PROSTITUÍDO, gerando aí, IGREJAS INEFICAZES EM SUA AUTORIDADE E PROPÓSITO ESPIRITUAL.



Que tipo de crentes sairão disso? Pessoas doentes emocionalmente, moralmente instáveis e inócuas em sua fé.



Vemos um número cada vez maior de pessoas na igreja, mas essas igrejas NÃO ESTÃO MAIS TRANSFORMANDO NINGUÉM. Não se concretiza o culto RACIONAL e não há mais a transformação dos 'Jacózinhos' em 'Israel'.



Serão pessoas, agindo no mundo espiritual, com PRÁTICAS E PRINCÍPIOS DIABÓLICOS, MÉTODOS PSICOCRISTIANIZADOS E HUMANISMO ATEU.



Deus perdeu seu espaço na razão de ser e existir da igreja. A QUEM SE ESTÁ ADORANDO ENTÃO?





Autora: Ana Elisa Dantas de Souza Pires

Fonte: Amigos do Puritanismo

Postado por Francisco de Aquino,  http://solascriptura-scriptura.blogspot.com/

terça-feira, 29 de junho de 2010

JESUS CRISTO UM LIDER POR EXELÊNCIA





                                JESUS CRISTO UM LIDER POR EXELÊNCIA


Decorridos 21 séculos de história, muitos homens tem conseguido mudar com suas idéias o curso do sistema político, filosófico e cientifico ou religioso. Conhecemos vários que se destacaram como lideres e desenvolveram métodos e formulas para formarem novos lideres. No entanto houve um, que se destacou dentre todos e abalou as estruturas, fez estremecer as bases das idéias e pensamentos sobre a questão da liderança. Jesus Cristo com seus ensinamentos gerou frutos de uma nova visão de como seguir e se submeter de uma forma simples e espontânea, dedicada e motivada, em direção a um objetivo. Jesus ensinava aos seus discípulos a ter confiança e segurança, estimulava e incentivava a vencer todos os obstáculos, e desenvolver-se para conquistas, prezava pelos valores de cada individuo que vivia ao seu redor. Ainda que muitos duvidassem da sua origem ou divindade, ele recebia o apoio para exercer sua liderança em todos os lugares por onde passava. A Bíblia está repleta de grandes líderes que só conquistaram sua liderança fazendo exatamente o que Jesus fez, a ferramenta era a humildade, respeito e visão estratégica, se há um ser que tenha, de forma plena e concreta, conseguido mudar todo conceito este ser foi Jesus (romper paradigmas). A liderança de Cristo, que dominou a vida do Ocidente nos últimos 2000 anos, continua vigorosa e com capacidade de adaptar-se ao mundo moderno é um desafio dominante da vida ocidental. Mesmo entre as pessoas que não fazem parte do rebanho atual de mais de dois bilhões de seguidores do cristianismo, ela exerce ainda hoje influência. A moral e os costumes, a arte e a ciência, a política e até a economia, toda a bagagem cultural foi tocada e, freqüentemente, moldada pelo cristianismo. Nenhum poeta ou o mais genial dos escritores conseguiu criar um líder tão influente como esse aprendiz de carpinteiro (Revista Veja.). Jesus conviveu com seus discípulos ensinando para que eles exercessem a mesma autoridade que estava sobre ele, tivessem a mesma visão sobre a humanidade e o mesmo objetivo, Ele sabia o que viria pela frente, e a formação de lideres para o futuro era de muita importância para conduzir o plano de Deus, mostrar o caminho da verdade, ele dava força e ânimo para os seus discípulos compreender o propósito da sua missão. Estava em contínuo treinamento com os seus liderados, sua liderança não era autoritária, estava sempre disposto a ouvir e dar atenção – Até mesmo os pequeninos (às crianças), Jesus não se preocupava em ser o primeiro, era um líder disposto a assumir a função de servo, sua liderança baseava-se na humildade. Todos grandes lideres passaram por muitas dificuldades, mas, tiveram humildade e sabedoria para vencerem as provações e conquistar vitórias. “ O testemunho da vida do líder mostra a possibilidade de o homem manter-se sob a graça divina, integro, independente da idade e das circunstâncias que o envolvam.” Revista Lições Bíblica 3º trimestre de 2007.

”O verdadeiro líder tem amor, ele se doa pelos seus, faz as coisas para o bem comum de todos, não pensando somente nele, para usufruir do poder de ser um líder. Um verdadeiro líder tem uma visão do alto, ampla, uma visão de águia. Um verdadeiro líder é aquele que tem conhecimentos, experiências e amor, em fim todas as qualidades boas de um vencedor. Líder é aquele que vence a batalha com os seus, lado a lado, sofrendo e alegrando-se junto com seu povo, seus comandados”. Adm. Moises Longo.. Enquanto isso vamos vivendo, esperando para o que o grande líder para a maioria e o Salvador para a minoria volte para buscar aqueles a quem aceitarem como o Senhor e Salvador de nossas vidas. (Fp 3.20). Pr. Ciro R. Desiderio.


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quarta-feira, 23 de junho de 2010

SOU VENCEDOR DE GRANDES OBSTÁCULOS




                              SOU VENCEDOR DE GRANDES OBSTÁCULOS



  Desde o momento da concepção no ventre da nossa mãe, embora muitos não nos demos conta disto, nós somos vitoriosos. Vencemos milhões de espermatozóides, foi uma briga interminável para fecundação, até que já recebendo o primeiro privilégio, todos os concorrentes ficaram para traz e sucumbiram. Veio então o milagre do nascimento: Nossa mãe nos carregou por longos nove meses, uns até menos, outros dias a mais, mais nascemos, choramos junto com a mamãe, papai, aqueles que nos aguardavam ansiosamente para nos abraçar, tomamos um banho primeiro, fomos levados ao quarto para perto da mamãe, e receber a primeira alimentação e abraço, bem como ouvir suas primeiras palavras de carinho e afeto, do “eu te amo” enfim saímos de um mundo das águas turvas e agora no físico vemos a luz. O tempo passa e como tudo é muito rápido, quem sabe ganhamos alguns irmãos, ou chegamos como presente para os mais velhos, recebemos um material para ir à escola, encaramos uma grande turma de pessoas diferentes, gente que nunca havíamos visto antes, bem como a primeira professora, aquela do “b+a=ba”, a partir de então os desafios. Cada dia uma nova matéria, uma nova tarefa, vieram os primeiros exercícios de capacitação, as primeiras provas, o primeiro exame final, e a aprovação. Qual o lugar que fiquei entre a turma da minha sala e série? Já começam as competições escolares, ser o melhor aluno, o mais querido da professora por ser o mais comportado, o caderno e livros mais cuidados, enfim como é salutar estar entre os que chegam aos primeiros lugares, galgando posições de colegas que por um descuido ficaram em segundo ou terceiro lugares, mas que sempre estavam lado a lado nas melhores notas. Vem a faculdade o curso profissionalizante, as vagas reduzidas, cidades de onde saímos muitas vezes com profissionais há mais tempo e por serem pequenas não comportam mais profissionais especialmente recém formados, tudo começa então a se vislumbrar no quadro da vida profissional. A nossa primeira escola, os níveis por onde passamos, até chegarmos ao topo no terceiro grau, farão o alicerce da nossa carreira profissional se optarmos por um dom que tivermos, dado por Deus e aplicarmos naquilo para o qual fomos escolhidos, lutarmos profissionalmente como trabalhadores que queremos um dia termos o nome reconhecido como os melhores na função por onde passarmos, conseguiremos então o sucesso profissional e financeiro, a realização da carreira que abraçamos, reconhecidamente vitoriosos. A cada quatro anos temos olimpíadas, campeonatos mundiais, torneios, e em todos eles necessário é que todo atleta se prepare, e no âmbito de cada país é escolhido o melhor em cada modalidade, e assim sendo este por sua vez irá competir com os outros países e somente o primeiro recebe a medalha, a condecoração que todos aguardavam e pelas quais todos se prepararam. Eu disse apenas o primeiro pois o segundo não será condecorado com a medalha semelhante, e sim a de prata. Certa olimpíada me chamou a atenção, uma senhora que participava da maratona teve um problema de resistência física, se preparou para chegar primeiro, mas a sua situação se agravou tanto, que ela já não concorria com os demais, mas consigo mesma. Sua luta não era o primeiro lugar mas chegar, ela foi muito mais aplaudida do que aquele que fora coroado como o primeiro, que dele ninguém se lembra apesar de chegar primeiro, mas exemplo foi ela, que embora em último mas conquistou a sua própria vitória. Na vida secular o atleta se prepara para receber muito oxigênio para os pulmões distribuir para o corpo e garantir boa saúde, na vida espiritual não é diferente, precisamos nos preparar espiritualmente para alcançarmos a premiação de Jesus Cristo, a salvação, vida eterna. (I CORÍNTIOS 9.23-27) Nesta carta aos Coríntios, o Apóstolo Paulo faz uma referência semelhante, porém em outra forma de correr. Paulo referencia a luta contra o pecado, não desferindo golpes ao ar, mas esmurrando o seu próprio corpo, reduzindo-o a escravidão, para que tendo pregado a palavra de Deus a tantas pessoas não seja objeto de escárnio da sua própria pregação por um mau testemunho, ou exemplo que pudesse ser diante do povo que tentou ganhar para Cristo. O cristão verdadeiro procura ver e espelhar na pessoa de Jesus Cristo, aproximando-se o mais perto possível, para não ser um desqualificado cristão, como vemos tantos ao nosso derredor, que enquanto estão nas igrejas usando os seus bancos, se comportam como santos, dali saindo o testemunho é pior do que um ímpio, mundano que nunca teve o prazer de se sentar no banco de uma igreja para ouvir da palavra, louvar ao Senhor com os cânticos espirituais, e fazer a oração intercessora, em favor da família e dos irmãos. (FILIPENSES 3.13-14) Aqui Paulo esquece do passado e avança em direção ao alvo que é Cristo. (2ª TIMÓTEO 4.7-8) Paulo diz: Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé, já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, o reto juiz me dará naquele dia. Amigo sê tu também um vitorioso em Cristo, combata o teu pecado, peça ao Senhor a direção para a tua vida, sejas um vitorioso por Jesus.


ORAÇÃO – Senhor , ajuda-me na minha falta de fé, fortalece o meu espírito e dá-me a coroa da vitória, por amor do Teu Santo nome. Oro em nome de Jesus. Amém.     Pr. Ciro Rego Desiderio    Divulgar textos 
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sábado, 19 de junho de 2010

ESCATOLOGIA OU TEOLOGIA DA ESPERANÇA?


ESCATOLOGIA OU TEOLOGIA DA ESPERRANÇA?






Ao falar em escatologia nos reportamos ao livro de Apocalipse do grande apostolo João, nós encontramos também nos livros do AT e NT trazendo grandes revelações sobre o fim dos tempos, assim entendemos os acontecimentos que irrompem o fim sobre o mundo, sua história e os homens. Entre todos os eventos se conta a volta triunfal de Jesus Cristo em glória celestial, juízo final para o mundo e a consumação do reino de Deus, vemos os mortos numa ressurreição universal e o surgimento de uma nova criação e uma nova terra. Esses acontecimentos derradeiros aparecem de fora da história para dentro dela e põe fim à história universal. Jesus foi indagado por seus discípulos várias vezes: "Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação dos séculos." O Senhor Jesus lhes respondeu dando alguns sinais e eventos que precederiam a queda de Jerusalém e o tempo do fim. Um futuro imediato e a consumação escatológica. Após a ressurreição de Jesus os discípulos expuseram suas preocupações com o tempo da vinda do reino. "Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para a sua exclusiva autoridade." (At. 1:7) Mas, o homem continua a indagar: Quando será o fim? A quase dois mil anos o apóstolo Pedro fala dos escarnecedores que diziam: "Onde está a promessa da sua vinda?" porque julgavam a promessa demorada. (I Pd.3:4,9). No Antigo Testamento vimos que o profeta Daniel recebeu as revelações acerca dos acontecimentos escatológicos, ele ouviu a pergunta de um ser que dizia: "Quando se cumprirão essas maravilhas?" depois o próprio Daniel indaga: "meu senhor, qual será o fim destas coisas?" Em nenhum momento Deus se deteve a responder acerca do tempo. O Senhor Jesus em Mateus 26:64 reivindica para si a profecia deixando claro que o reino escatológico está acima do reino de Davi. "É o novo momento do Jesus ressurreto, em um nível mais elevado do que se conhecia: autoridade absoluta, a autoridade do Filho do Homem. É evidente que Jesus demonstrava autoridade divina durante o seu ministério, mas essa autoridade estava encoberta pela forma humilde que ele assumiu. Depois de ressurreto ele assume uma autoridade universal que lhe é de direito." “Reis dos Reis e Senhor dos Senhores”. Os cenários que vemos mudam de forma, segundo a visão de cada um tanto no NT como no AT, o que nos conforta é que todas as visões são para nós refletirmos e compreendermos o grande propósito de Deus para o mundo. A segunda vinda de Jesus Cristo significa que a aliança que Deus fez será eterna, o mundo será julgado, os ímpios serão punidos e os salvos viverão em plena paz e alegria na presença do Rei Jesus. Ai podemos entender que a escatologia também é teologia da esperança para todos que aceitaram Jesus como salvador de suas almas e do mundo. O que temos que fazer? A resposta é: Devemos está preparado porque não sabemos quando será o fim de tudo. Todos aspectos do fim dos tempos estão refletidos no nosso cotidiano, temos anunciar o evangelho da salvação,mas, temos também ensinar as coisas referentes aos fins dos tempos, ou seja falar do apocalipse, para conscientização de todos e preparação da igreja de Jesus Cristo, não deturpar os fatos, mas, esclarecer de uma forma simples e verdadeira, pois tem muitos fazendo dos últimos dias motivo para muita gente entrar em pânico e recorrerem a misticismo e filosofias que só criam confusões, não permitem que percebamos as armadilhas de satanás para desvirtuar a verdade. A verdadeira intensão de Deus é que todos sejam salvos, que independente da extinção ou não do sistema atual temos que reconhecermos que a única verdade da nossa existência deve-se ao grande amor de Deus pela criatura que tanto amou e quer ver no seu seio, vivendo a mais perfeita paz e harmonia com tudo, o domínio do mal será aniquilado para reinar a soberania do cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo. O livro de Apocalipse é obra de temas escatológicos, porém de alcance imediato e atual.





O enfoque não é sobre predições futurísticas, mas sobre a realidade alcançada por Cristo, o Cordeiro de Deus

que venceu por completo o inimigo. A mensagem geral do livro leva o leitor a perceber que mesmo

que o inimigo pareça governar o mundo à sua volta é Deus em Cristo Jesus que executa a Sua

vontade de forma incontrovertida. As aparências são enganosas, mas o cristão não se deve deixar ser

levado pelas aparências. A realidade é outra.

Há influência maligna regendo a humanidade, mas a vitória do Cordeiro posiciona ao cristão fiel

como vitorioso. Há, portanto, que lembrar e colocar em prática o mandamento de Jesus, dirigido de

forma tão clara inúmeras vezes: “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o senhor pôs sobre os

seus serviçais, para a tempo dar-lhes o seu sustento? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu

senhor, quando vier, achar assim fazendo”. Vigia e sê fiel!

Pr. Ciro R. Desiderio
CRINSERV INFORMÁTIC@